segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Ame , imperativo.

Desventurava-se entre noites sem ternura após meses sem amor, entre doces e travessuras escapava às vezes um sorriso. Ela, que nem sequer alcançou a maioridade, dançava como se o mundo fosse acabar amanhã. Tinha seu próprio charme, pouca sensualidade, as outras invejam-a pelo seu repertório curto, mas denso e intenso. Poucos tinham guardado os rancores da vida entre os lábios dela, que acalentavam meninos perdidos que tinham uma maturidade infíma perto da dela.
Meses passaram-se e ela não conseguia tirar ele da cabeça, do coração então nem se fala. Ele indeciso deixava ela louca. Mas ela resolveu "apontar pra fé e remar", sem rancores, o garoto seria para sempre especial. Fora o primeiro a assumir postura frente ao exército de um homem só que era o pai da jovem.
Mas a noite engana o coração como o violino desafinado engana a orquestra. Seus lábios transpiravam ânsia, necessidade vital de todos, questão de ego, vaidade e às vezes lúxuria. Em uma noite, relativamente normal, um dos meninos que ela considerava "legal" se aproximou. Conversou. E ela, traída pela estética, beijou-o. Se entregou a ele como se fosse o tal, mas o coração pulsava por outro, largou o superficial e foi chorar. Acabara de romper sua ilusão de imortalidade, amor perfeito nunca mais. Descobriu a imperfeição do amor por um nos lábios de outro.