domingo, 30 de maio de 2010

Pequenos cortes de realidade

Ela anda cansada com esse mundo que se alimenta mais da ausência do que da presença. Gosta de agressividade, gosta quando as pessoas se atingem. Tiros de vaidade disparados contra a sua alma, como é bom ralar nas pessoas. Costumava esfregar sua independência contra a dependência do orgulho masculino de se provar mais forte por contato físico. Ela provava sua fortaleza com o descobrir-se a si mesmo experimentando aos outros. Ela era Pedro, Bruno, Sibele, Pablo, Juan, Willian, Priscila e muitos outros com os quais tinha atritado a sua alma. Ela era fragmentos. Pra dar um passo a frente é necessário tirar ao menos um dos pés do chão, e ela nasceu com alma flutuando. Movimenta-se levemente entre um nirvana e prazeres da pele. Traia a si mesmo o tempo inteiro, quando no nirvana, traia seu corpo, quando no prazer da pele, traia sua mente. Isso servia para quando ninguém atingisse, já que ninguém oferecia agressividade, ela agridia a si mesmo, corpo e alma se chicoteando numa dualidade sadomasoquista.